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O mercado residencial é a classe de ativos de investimento com o rendimento mais resiliente

Foto do escritor: Zome MaiaZome Maia

A nível europeu, é capaz de gerar retornos superiores a outros mercados, como o retalho ou os escritórios. As tendências são a sustentabilidade e a comunidade.

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No relatório anual Emerging Trends in Real Estate Europe 2024” do Urban Land Institute, é uma das tendências e foi um dos insights partilhados por Francisco Rocha Antunes, Chairman do instituto em Portugal, numa intervenção durante a apresentação do serviço NOS Smart Home a 15 de novembro, em Lisboa.


No documento, que se baseia no input de vários investidores internacionais, fica patente a importância dos vários segmentos de residencial que hoje existem, desde as residências de estudantes, às residências sénior, construção para arrendamento, serviced apartments ou arrendamento tradicional, uma segmentação que evidencia a grande diversificação deste mercado.



O que é certo, é que, em 2022, o mercado residencial foi a maior classe de ativos do mundo, representando 379,7 biliões de dólares. E só este mercado representa quase metade de toda a riqueza global. “De todos os setores, o residencial é o mais resiliente”, e prova disso é que é este o segmento que mais interessa aos investidores institucionais, a par da logística, “e com tendência para aumentar substancialmente” nos próximos anos.

Mas Francisco Rocha Antunes alerta que, nos últimos anos, os preços das casas subiram 45% nas cidades europeias, enquanto os salários subiram apenas 17%. “Acentuámos as desigualdades como nunca”.


Outra das tendências evidentes neste relatório é que o imobiliário tem de se preparar para o seu propósito, nomeadamente para o cumprimento dos objetivos de desenvolvimento sustentável, que será “crucial em todos os planos a curto, médio e longo prazo”.


Está uma grande mudança em curso, que traz o princípio da “dupla materialidade. Já não chega a legítima vontade de ganhar dinheiro, é preciso garantir um impacto positivo na comunidade. Isto é uma novidade importante, e os projetos que não estiverem alinhados com isto, não terão espaço por muitos anos”.


Francisco Rocha Antunes enfatiza que a descarbonização da economia não se faz sem a transformação de um setor responsável por quase 40% das emissões. Mas admite que “não é nada fácil falar de descarbonização no imobiliário”, depois de décadas em que se utilizaram os recursos naturais “como se fossem infinitos”.  Além do mais, a taxonomia europeia está para ficar, vem definir o que é efetivamente a descarbonização, e o Banco Central Europeu “aderiu e vai alinhar os objetivos do sistema financeiro”.


As casas do futuro, prevê, vão ter de ser mais flexíveis e servir vários usos, serão mais pequenas, digitais, saudáveis, e com mais natureza incorporada. Em suma, terão de proporcionar a melhor qualidade de vida em comunidade.



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